segunda-feira, 7 de abril de 2014

Almada Negreiros

José Sobral de Almada Negreiros, artista português que se dedicou às artes plásticas (desenho, pintura, etc.) e à escrita (romance, poesia, ensaio, dramaturgia), nasceu no dia 7 de Abril de 1893 na "Roça da Saudade", freguesia da Trindade, Ilha de São Tomé e Príncipe.

Primeiro filho de António Lobo de Almada Negreiros, tenente de cavalaria, administrador do Concelho de São Tomé, e de sua mulher Elvira Sobral de Almada Negreiros, uma mestiça com fortuna paterna natural dessa ilha, José de Almada Negreiros estudou com os Jesuítas no Colégio de Campolide (1900-1910) e na Escola Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Em 1911escreveu a sua primeira peça de teatro. Foi um dos fundadores da revista Orpheu.

Almada Negreiros expôs pela primeira vez em 1912, tendo posteriormente estudado pintura em Paris (1919-1920). Viveu em Espanha de 1927 a 1932. Como pintor realizou desenho, pintura a óleo e a fresco, mosaico, vitral, tapeçaria, decorações incisas e gravura, tendo recebido os mais conceituados prémios artísticos em 1942, 1945, 1957 e 1959. Entre as suas obras plásticas avultam as pinturas murais das gares marítimas do porto de Lisboa e o retrato de Fernando Pessoa.

Como escritor, José de Almada Negreiros foi conferencista, novelista, crítico panfletário ensaísta, dramaturgo, romancista e poeta. A sua obra literária ficou quase sempre dispersa por revistas e jornais e raras vezes veio a lume após a sua criação. O romance Nome de Guerra, por exemplo, um dos mais significativos na história do romance português, escrito em 1925, só foi publicado em em 1938. Na sua produção poética, avulta A Invenção do Dia Claro (1921).

Vulto cimeiro da vida cultural portuguesa durante quase meio século, Almada Negreiros aliou uma nitidez linear estilística a uma extrema capacidade de visionarismo plástico, tendo contribuído, mais que ninguém, para a criação, prestígio e triunfo do modernismo artístico em Portugal.

José de Almada Negreiros morreu em Lisboa a 15 de Junho de 1970, no Hospital de São Luís dos Franceses, no Bairro Alto, no mesmo quarto em que faleceu Fernando Pessoa.
Partida de Emigrantes, Almada Negreiros, (1947-1949), Mural na Gare Marítima do Conde de Óbidos, Lisboa

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